Viajando pela Costa Rica

sexta-feira, 4 de maio de 2007


A passagem na fronteira (Panamá-Costa Rica) foi tranqüila. Saímos de Guabito (Panamá) e entramos por Sixaola (Costa Rica), atravessando a pé a ponte que separa os dois países, depois de termos carimbado nosso passaporte. A fronteira fica aberta das 8h às 12h e das 14h às 18h.

De lá, pegamos um ônibus da Auto Transportes Mepe com destino a Puerto Limón, mas descemos em Puerto Viejo de Talamanca. O ônibus urbano é simples e barato. Nossas malas foram conosco mesmo. Assim que mais passageiros foram entrando, tivemos que colocá-las no chão.

Na cidade, há muitas pousadas, restaurantes e lojas com internet. Ficamos no Hotel Puerto Viejo, a U$ 20 o quarto. O dono é um gringo, pouco simpático. O quarto ficava no primeiro andar, era limpo e com banheiro ("baño" em espanhol) privado. As camas são bastante altas. Há também quartos sem banheiro, sendo U$ 8 a diária, para cada um.

Como chegamos por volta das 12h, fomos almoçar logo depois. Encontramos uma casa de esquina, que serve comida caseira a U$ 3 dólares. Comemos o “casado” (feijão misturado com arroz), acompanhado de frango ao molho, purê de batata, banana (plátano) assada cortada em rodelas e salada. Tinha muita comida, o que é bem comum na América Central. Todos os pratos são servidos em grande quantidade, nem sempre em variedade. A salada, por exemplo, geralmente é composta só de alface e tomate. Brócolis, couve-flor, agrião, chuchu, couve ... nem pensar.

Terminado o almoço, fomos conhecer as praias da região. Começamos caminhando pela praia de Puerto Viejo de Talamanca e seguimos, por uma trilha à beira da praia, rodeada de coqueiros dos dois lados, que conferem um ar fresco e arejado ao ambiente, até a praia de Cocles. O trajeto é imperdível. No caminho, inúmeros caranguejos de cor laranja-avermelhado, um prato cheio para os fotógrafos mais animados. Cocles tem uma gigantesca ilha de pedra no meio do mar. As ondas são um pouco fortes, o que atrai muitos surfistas.
No dia seguinte, fomos de táxi para outra praia: Manzanillo, um vilarejo a 13 km de Puerto Viejo, onde a cultura caribenha ou crioula é mais acentuada. As pessoas do vilarejo falam o “crioulo”. É muito interessante como eles preservaram as raízes culturais. O cenário é encantador, mais ainda que em Cocles.

Ficamos nas Cabinas Maxi por U$ 20 a noite. O quarto tinha banheiro privado, ventilador e frigobar. Faz muito calor. Há uma ilha mais isolada (Refúgio Gandoca), onde vivem os garífunas, que pode ser visitada. Mas o nativo cobrou-nos U$ 60 dólares para ir de barco ao local. Com o preço, desistimos e ficamos em Manzanillo mesmo. Almoçamos em um dos restaurantes (são apenas dois). A comida era bem caseira também. Pedimos depois um chá e um café, que quase sempre são servidos em grandes canecas. Ah... adoçantes são raros por lá. Leve-os de casa.

Há outras praias muito freqüentadas pelos turistas: Chiquita e Uva, mas não tínhamos tempo para ver tudo. A nossa viagem era de um mês e ainda tínhamos muito a percorrer. No dia seguinte, às 7h da manhã, partimos para San José (capital). O ônibus sai de Manzanillo mesmo, passa por Puerto Viejo, onde estávamos no dia anterior, e por outras praias, como a Cahuita (bastante visitada), seguindo então para San José. A passagem custa cerca de U$ 5,50.

San José
A capital tem um trânsito caótico e, para piorar, chegamos em um dia de chuva. O táxi, do Terminal Caribeño (são várias estações de ônibus) até o centro, custa U$ 2. Nós pagamos U$ 4 porque queríamos logo ir para o hotel e tínhamos pouco tempo para conhecer a capital. Mas o ideal é pechinchar e não pagar o que o taxista cobrar.

Ficamos na Pensão Otoya, no centro, sem café da manhã, mas com água (não filtrada), cafezinho e chá à vontade. A decoração do quarto é diferente. Parecia que estávamos em uma casa e não em um hotel. Tinha penteadeira, criado-mudo e um espelho grande móveis bem antigos. Os banheiros são compartilhados. Pagamos U$ 15 dólares pelo quarto. Em uma viagem como a nossa, é preciso economizar sempre que possível. Almoçamos em um restaurante vegetariano: Vishnu. Muito barato e o prato principal ("forte") era sopa, acompanhada de suco e sobremesa. Pedimos para retirar o suco e a sobremesa e cobraram só pelo que comemos, mesmo sendo uma promoção do dia. O senhor que nos recebeu na entrada é muito simpático e fala inglês e espanhol.

Fomos, então, em direção ao centro da cidade. Há pouca coisa que valha a pena ser vista. Só o Teatro Nacional (construído em 1897 e com colunas e pinturas clássicas nas paredes e teto) e o Museu de Ouro Pré-Colombiano (cerca de 1000 peças que contam a história dos povos pré-colombianos, datando de 500 até 1.500 d.C). Na verdade, são 3 museus em um. Além do museu de ouro, há o Museu de Numismática (conta toda a história das moedas da Costa Rica desde 1502) e a Sala de Exibições Temporais (exposição de artes, etnologia e história costariquense). Ficamos duas horas lá e pagamos apenas U$ 5 (com carteira de estudante).

Seguimos depois para a Plaza de La Cultura (onde fica o Museu de Ouro), Catedral Metropolitana e Museu Nacional da Costa Rica. Adiante, está a Plaza de La Democracia, Parque España e Parque Morazán. No retorno para o hotel, passamos pelo prédio dos Correios e Telégrafos, bastante majestoso.

No dia seguinte, íamos para La Fortuna, cidade mais próxima ao Vulcão Arenal (uma das mais importantes atrações turísticas do país), ainda ativo com diversas erupções por dia. Junto a ele encontramos os vulcões Irazu, Rincon de la Vieja e Turrialba. O vulcão Arenal estava adormecido até 1968 quando entrou em erupção e suas lavas desceram matando aproximadamente 80 pessoas. Desde então, o turismo cresceu na região. Avistamos vários hotéis que foram construídos na área de risco, bem próximos ao vulcão. Tudo para ver mais de perto as lavas incandescentes. Acredite se quiser!

O ônibus saía bem cedo, às 7h, do
Terminal Atlântico Norte. Do hotel até lá, pagamos U$ 2. A passagem custava 1.300 colones, um pouco mais que U$ 3. Tentamos comprar a passagem assim que chegamos a San José, mas só era vendida na hora. No nosso ônibus, subiram também alguns alemães. Aliás, encontramos muitos nessa viagem, além de franceses, italianos e americanos.


Chegada à La Fortuna
A cidade de La Fortuna é bem bonitinha e mais preparada para o turismo. Muitas agências oferecem o passeio aos parques nacionais e aos vulcões. Optamos por um que nos levaria ao Parque Nacional Volcán Arenal, e em seguida, ao Vulcão Arenal, com 1.633 m de altura.

Almoçamos e fomos até o hotel onde estávamos hospedados (La Chosa Inn). Não o recomendamos porque fomos enganados: disseram-nos que havia água quente. Fomos tomar banho assim que chegamos no hotel e nada de água "caliente". Tampouco foi consertado; ao voltarmos do passeio, à noite, tivemos que tomar uma ducha fria.

O passeio saía do hotel (pelo menos essa facilidade para compensar a falta de água quente), pois a agência (Eagle Tours) que faz o tour funciona no próprio hotel. Antes de chegar ao parque, uma parada para tirar fotos do vulcão, que pode ser visto da estrada. A entrada do parque já estava incluída no passeio que pagamos: US$ 25 por pessoa. Caminhamos por cerca de uma hora. Ao retornarmos, fomos até o vulcão. Como ele ainda encontra-se ativo, é possível vê-lo expelindo lavas. Para isso o tempo não pode estar nublado, e é necessário ter muita paciência. Naquele dia, como estava chovendo um pouco, levaram-nos para um resort (com águas termais) para jantar. O motorista voltou para nos pegar às 20h e conduziu-nos novamente ao vulcão. Realmente, conseguimos ver algumas lavas saindo. Mas estava escuro, não permitindo que fosse registrado nada em nossas máquinas. Como consolo, o jeito foi comprar alguns cartões-postais.

Enfim, o passeio na floresta tropical é dispensável para brasileiros. Nossa fauna e flora são mais ricas. As águas termais do resort não valem a pena. Melhor é conseguir um tour direto para o vulcão. Talvez ficando mais tempo lá, seja possível tirar as fotos que não tiramos.

Voltamos tarde, cansados e com frio. E, para piorar, sem água quente no hotel. Aliás, tivemos tal problema em muito dos hotéis da América Central. No dia seguinte, partimos para a praia de Tamarindo.


Tamarindo
Pagamos uma van (há várias agências que fazem o trajeto) para termos maior comodidade. Só havia mais um casal e uma moça. A viagem foi direto até a praia, com um pequeno imprevisto: paramos na cidade de Libéria para pegar outro casal, que não apareceu. Nisso, perdemos uma hora e meia de viagem. Seguimos, então, para Tamarindo. Saímos de La Fortuna às 9h30 e chegamos em Tamarindo às 14h, em vez de meio-dia.

Ficamos no Cabinas Coral Reef, segundo pior hotel da viagem (o pior foi em La Ceiba, Honduras). Não tínhamos feito reserva. Era uma espelunca, imundo, pior que um albergue no Brasil. Mas, não tínhamos escolha. Tudo era muito caro!!! Custou, com banheiro compartilhado e sujo, U$ 20. Foi o mesmo que pagamos em hotéis bem melhores, como em Manzanillo, por exemplo. O quarto lá era imenso, confortável, com TV, frigobar e água “caliente”. Em Tamarindo, o quarto era escuro, quente e pequeno. Só tinha uma cama e um ventilador.

Na pressa de conhecer o lugar, largamos as malas e fomos comer algo, antes de irmos à praia. Bonita, mas nada que não tenhamos por aqui, no Brasil. Muitos coqueiros e uma água prateada. Também bem procurada por surfistas.

A cidade é suja, as ruas têm um cheiro ruim, enfim, podia ter ficado fora do roteiro. Só o pôr-do-sol para compensar um pouco nossa decepção.

Tamarindo foi o último lugar visitado na Costa Rica. Depois, seguimos para Granada, na Nicarágua.

Na esquina da rua onde estávamos hospedados, saía um ônibus municipal às 6h45 para Libéria, por onde havíamos passado para chegar a Tamarindo. Até lá são 2 horas de viagem. Em Libéria, na frente de um restaurante, pegamos outro ônibus para Granada, às 10h. Por sorte, no ônibus em que saímos de Tamarindo, havia um motorista que trabalhava na empresa de ônibus que íamos pegar para Granada. Então, ele explicou-nos onde deveríamos esperar o transporte. Tomamos um café enquanto aguardávamos. O ônibus atrasou um pouco, passando às 10h20. A passagem é um pouco “salgada”; pagamos o mesmo valor de quem ia seguir viagem para Manágua, capital da Nicarágua, que ficava mais longe que o nosso destino: Granada. Mas nos conformamos, pois seria o primeiro ônibus da viagem com ar condicionado, o que vale ouro em um continente tão quente quanto a América Central.


Clima
A abundante chuva torna a nação rica em rios, mas curiosamente pobre em lagos. O país tem a tradição de preservar o meio ambiente. Os parques nacionais são o forte da região, correspondendo, atualmente a 11% da área territorial costarriquenha. O arvorismo, uma opção de ecoturismo em muitos lugares do mundo, teve o seu início lá.

Mergulho
Corais, animais marinhos, águas limpas e muitos pontos para a prática do mergulho. Na costa caribenha, as melhores opções são Puerto Viejo, Cocles, Uva, Limon e ilha de Uvita. Na pacífica, El Coco, Ocotal, Praias Hermosas, Ilha Santa Catalina, Reserva Nacional de Vida Selvagem de Curu, Parque Nacional Manuel Antonio e a Ilha Caño. Durante a atividade, o turista pode ser deparar com raias, tartarugas marinhas, peixes coloridos, intrínsecas formações de corais, golfinhos e, ocasionalmente, baleias.

Visto

Brasileiros não precisam de visto prévio.

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